terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Bi-Campeões do II Panamericano de 1956: Seleção Brasileira formada só por jogadores gaúchos

Vídeo feito exclusivamente para homenagear a Seleção Brasileira de Futebol, formada unicamente com jogadores de clube do Rio Grande do Sul, e que conquistou uma da mais expressivas façanha pró futebol brasileiro, mas que a imprensa do Rio e São Paulo até hoje pouco valorizam ou reconhece tão importante feito. E aqui a justiça!

JUNHO DE 1958 - Há 53 anos atrás, e me lembro como se hoje, a Seleção Brasileira de Futebol formada só por jogadores de clubes do Rio Grande do Sul e sob a batuta do técnico Francisco Duarte Júnior (O Teté) conseguiu, até então, a maior façanha pró futebol brasileiro: a conquista do título de Bi-campeão do II Panamericano do México. A recepção no Aeroporto Salgado Filho e pelas ruas de Porto Alegre foi algo indescritível, enquanto todos os jogadores portavam na cabeça, como se um troféu, o famoso "sombrero mexicano".

Do grupo de 23 jogadores apenas cinco não pertenciam a dupla Gre-Nal: o goleiro Valdir de Moraes e Ênio Andrade, do Grêmio Esportivo Renner; o ponteiro esquerdo Raul Klein e o Paulinho (o terceiro goleiro na preferência de Teté), que jogavam pelo Esporte Clube Floriano, de Novo Hamburgo e Duarte, do Esporte Clube Pelotas. Do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense foram 8 jogadores, sendo que somente três participaram dos jogos: o goleiro Sérgio Moacir Torres Nunes, Sarará, Aírton, Ênio Rodrigues, (capitão), Mílton, Juarez, Figueiró e Ortunho. Da equipe do Sport Clube Internacional, clube que teve o maior número de jogadores convocados, foram 9 atletas e foi a base da Seleção, tendo 7 dos seus craques integrando praticamente todos os jogos disputados: Florindo, Hercílio, Oreco, Odorico, Luizinho, Bodinho, Larry, Jerônimo e Chinezinho, além do técnico José Francisco Duarte Júnior (o Teté).

O time base tinha como jogadores: os goleiros Sérgio (G) e Valdir (R) se revesando; Florindo (I) e Odorico(I) ; Oreco (I), Ênio Rodrigues (G) e Duarte (P). No ataque, com exceção de Enio Andrade (R) e do revesamento entre Chinezinho (I) e Raul Klein (F) na ponta-esquerda, os demais, que foramavam a ala direita e centro do ataque, eram todos do Internacional: Luizinho, Bodinho e Larry.

Para saber mais detalhes, vamos acompanhar a matéria publicada no "Almanaque Esportivo de 1957":

"Depois de uma série de marchas e contra-marchas, nas quais não faltou a ridícula apresentação de alguns elementos sem nenhum valor dos estados do Norte e de Minas Gerais para a formação do selecionado brasileiro, o que deveria ir para o México defender o título de campeão do certame panamericano conquistado pelo Brasil no Chile, resolveu a CBD (Confederação Brasileira de Desportos), por volta do início de janeiro, entregar a FRGF (Federação Rio Grandense de Futebol) a responsabilidade da representação brasileira no aludido certame, a qual seria formada exclusivamente por elementos que militassem nos clubes gaúchos.

Para a incumbência foi escolhido o técnico do S. C. Internacional, de Porto Alegre, José Francisco Duarte Júnior (Teté), o qual dei início a sua tarefa a 5 de janeiro convocando nada menos do que 45 jogadores das diversas agremiações da Divisão de Honra do futebol porto-alegrense e pelotense. Feitos os ensaios durante os meses de janeiro e fevereiro, e selecionados os que deveriam vestir a camiseta da CBD, embarcaram para o México a 17 de fevereiro os seguintes jogadores: Sérgio, Sarará, Florindo, Aírton, Oreco, Ênio Andrade, Milton, Luizinho, Juarez, Hercílio, Duarte, Raul, Valdir, Bodinho, Jerônimo, Figueiró, Chinezinho, Odorico, Larry, Paulinho, Ênio Rodrigues e Ortunho. Foi então iniciada a gloriosa jornada que nos levaria a conquista do laurel d Bi-Campeões do Continente, graças a fibra e "garra" dos gaúchos sempre prontos para tudo quando se tratava de defender o bom nome esportivo do Brasil ..."

A final foi contra a Argentina - empate em 2 x 2 - e a consagração do time de Teté, campeão invicto do II Paneameriocano do México, em 1956. Na volta ao Brasil os jogadores foram visitados pelo vice-presidente da República, o gaúcho João Belchior Goulart (o Jango), no Rio de Janeiro; e foram ao Palácio do Catete, então sede do governo federal, no Rio de Janeiro, para entregar, simbolicamente, o Troféu Jarrito de Ouro ao presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira. Mais tarde o Jarrito de Ouro foi roubado da sede da CBF - Confederação Brasileira de Futebol, junto com a Copa Jules Rimet. Além de medalhas de ouro outorgadas aos jogadores brasileiros campeões, o time ganhou outros prêmios, mas, e principalmente, o Brasil descobriu que poderia contar com o S. C. Internacional para qualquer parada. Tal foi confirmado, além dos muitos jogadores que serviram a Seleção Brasileira ao longo das décadas, a conquista da Tríplice Coroa, único clube brasileiro a ostentar tal façanha até hoje, como também foi o único clube que se tornou campeão brasileiro INVICTO, ao consquitar, em 1979, o Tri-Campeonato Brasileiro de Futebol, a Libertadores da América e o título mundial de clubes, pela FIFA, em 2006.

Classificação Geral do Campeonato Pan-Americano de 1956
POSeleçãoPJVEDGMGSSaldo
● Brasil954101459
● Argentina75230954
● Costa Rica552121115-4
● Peru4512267-1
● México4512246-2
● Chile15014511-6

Ficha dos Atletas que Participaram da Partida
Q
Nome do Atleta
Apelido
Jogos
Gols
01
Valdir Joaquim de Moraes
Valdir Joaquim de Moraes
2
3
02
Flávio Pinho
 Florindo II
5
0
03
Luiz Gonzaga Figueiró
 Figueiró
4
0
04
Odorico de Araújo Goulart
 Odorico
5
0
05
Waldemar Rodrigues Martins
Oreco
5
0
06
Ênio Antônio Rodrigues da Silva
Ênio Rodrigues
4
0
07
Luiz José Marques
 Luizinho Gaúcho
5
1
08
Nílton Coelho da Costa
 Bodinho
5
3
09
Larry Pinto de Faria
Larry
8
8
10
Ênio Vargas de Andrade
 Ênio Andrade
5
1
11
Sidney Colonia Cunha
Chinesinho
3
4
12
José Antônio Candiota da Silva Duarte
 Duarte
5
0
TC
José Francisco Duarte Júnior
TETÉ
5 Jogos


DETALHE: O goleador do II Panemericano realizado no México, em 1956, foi o centro-avante do Sport Club Internacional, LARRY PINTO DE FARIAS que, em oito jogos, marcou 8 gols.
SELEÇÃO BRASILEIRA DE 1956, formada só por jogadores do Rio Grande
do Sul, que foi campeã do II PAN-AMERICANO no México: Em pé: Valdir
de Moraes, Oreco, Florindo, Odorico, Ênio Rodrigues e Duarte. Agachados:
Luizinho, Bodinho, Larry, Ênio Andrade e Chinezinho. No quadro o técnico
Teté, que comandou o "Rolinho Compressor" do Inter nos anos 50 e 60.
Contatos via e-mail: la-stampa@ig.com.br

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