quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Os bons tempos dos Bailes de Carnaval nos salões dos clubes sociais. Era tudo em ritmo de brincadeira

MEMÓRIA - Em décadas anteriores, o lança-perfume era usado apenas como brincadeira entre amigos e, não raro, as famílias formavam blocos para brincar no salão.

A tradição dos carnavais de salão vem se perdendo a cada ano. Em Canoas, o Cssgapa é o clube que ainda mantém a festa e atrai foliões de diversas idades. No entanto, o carnaval de salão viveu sua época glamourosa nas décadas de 60 até 80. Atualmente a festa deixou de lado o caráter familiar de brincar o carnaval para ser sinônimo de uma época própria de exageros.
Lembro, pela experiência e vivência como jornalista e cronista social, que os carnavais de salão eram muito diferentes no passado. Em Canoas, os primeiros bailes aconteceram na década de 50, no Clube de Bolão Gaúcho e depois na Sociedade Canoense de Caça, Pesca e Tiro, cujo prédio-sede ainda não estava de todo acabado, assim o salão era improvisado e colhia um número bastante limitado de foliões.


Antes da construção da sede própria, à rua Ipiranga, o Caça e Pesca funcionava no prédio de madeira e que abrigou o já extinto Cine Central, comandado pelo "velho" Mattos, como era tratado pelo pessoal do Clube da Flecha e pelo grupo de cinófilos, onde pulei o meu o meu primeiro baile de carnaval em 1965. Apenas anos depois, sob a batuta do seu fundador Nenê é que o clube construiu sua sede própria e abriu as portas para mais sócios.

Muita gente há de lembrar que as mãe levavam os filhos fantasiados às matinês do Canoas Tênis Clube, Clube Cultural Canoense, Cssgapa, Grêmio Niterói, Grêmio Esportivo Getúlio Vargas, e havia, inclusive concurso de fantasias em praticamente todos eles.
As crianças e adolescentes e mulheres disputavam os títulos de rainhas e princesas nas matinês e ou em concursos sob a chancela da Prefeitura Municipal, que a partir de 1973 passou a comandar e promover o Carnaval de Rua, que se realizava na XV de Janeiro, chegando a reunir de 5 a 6 mil pessoas. E por três anos consecutivos fui o apresentador oficial do Carnaval da CECACECA - Comissão Especial do Carnaval Central de Canoas, sigla que eu próprio sugeri numa das reuniões, enquanto a Prefeitura patrocinava a fantasia do Rei Momo, da Rainhas e suas duas princesas.


As festas naquelas décadas eram mais familiares. Hoje é difícil ver famílias nos bailes de carnaval. O público maior é de jovens procurando diversão, muitas vezes com abusos, excessos na bebida somado às drogas.



Rivalidade — Havia, quase que subliminar uma rivalidade entre o Cssgapa - Cassino dos Sub-Oficiais e Sargentos da Guarnição Aérea de Porto Alegre (apesar de sediado em Canoas, mantém o nome) e o já extinto Grêmio Esportivo Niterói. Ambos realizavam os bailes de salão nos seus ginásio de esporte, que chegavam a acolher 2 a 3 mil foliões. Mas, sem dpuvida, os bailes do Cssgapa, que eu passei a chamar de "O Municipalzinho de Canoas", reunia a preferência da jovem guarda nos anos 60 e 70. Para tanto, até ônibus "papa filas" a direção do Cassino disponibilizava - e de graça - para levar e trazer os foliões. Enquanto no Cssgapa o palco servia como uma espécie de camarote, o que antes era usado o mezanino divido em camarotos e devidamente separados, o Grêmio Niterói também usava o mezanino do ginásio como se um grande camarote. E em ambos havia a privacidade e apenas as diretorias e convidados especiais participavam.
A corte momesca, mesmo antes do Carnaval de Rua, visitava todos os clubes sociais que promoviam bailes de carnaval e a comitiva era recepcionada com rara alegria e expectativa, especialmente de parte das mulheres que ansiavam para ver as fantasias da Rainha e das suas princesas.

É bem verdade, também, que Canoas nunca teve um clube social à altura do porte da cidade, até por tratar-se de um dos pólos comerciais e industriais mais forte e importantes do Estado, tanto que, excetuando-se a capital Porto Alegre, é o Município que maior arrecadação tem em termos de tributos municipais, estaduais e federais. Mas nem por isso os bailes tinha menos glamour, menos alegria e se revestiam com senso de entretenimento.

Eram, ainda que os clubes sociais não tivessem o requinte e o charme que há nos clubes de muitas cidades do interior - isso sem falar nos da Capital - animados por orquestras e conjuntos musicais do mais alto nível técnico e de renome, como o Conjunto de Norberto Baldauf, Show Musical Caravelle, Apache, Sayffers e tantos outros de Porto Alegre e cidades do Interior, como as Orquestra de Santa Cruz e Orquestra de Sevilla. Ademais, era quase que uma exigência tanto as orquestras como os conjuntos musicais, nos bailes de carnaval, terem no mínimo de três a quatro instrumentos de sopro (sax, trompete, etc.) e dois bons cantores para a interpretação das marchinhas, frevos e sambas tradicionais e, por isso, conhecidos do público folião, que cantava junto.

É importante lembrar que nos anos 50 havia o bloco "Os Fugitivos do Além", como revelou o jornalista Walter Galvani da Silveira, que era um dos integrantes e era formado só pela ala jovem masculina. Logo depois, anos 50/60, era criado o Clube da Flecha e com ele o primeiro "Rei Momo" de Canoas, por coincidência acabou sendo meu compadre, o militar da Aeronáutica, Manoel Pedro Severo da Silva, que acompanhava o bloco do Clube da Flecha.

Por certo tempo os bailes, tanto de carnaval como bailes sociais, só podiam ser frequentados por sócios ou convidados muito especiais. Assim, muita gente ficava de fora. Foi quando criaram o carnaval mais popular e acessível a todas as pessoas da cidade. Canoas Tênis Clube, Clube Cultural Canoense eram os únicos que não tinha ginásios de esportes, e realizavam seus bailes no salão social, o que limitava muito o número de foliões e, obviamente, se tornavam sem a mesma atração do que os demais, como Cssgapa, Grêmio Niterói e Grêmio Esportivo Getúlio Vargas, o que acontece até hoje.


Lança-perfume - Como hoje os foliões utilizam serpentinas, confetes e espuma para atirar nos amigos, em outras épocas o lança-perfume era apenas uma dessas brincadeiras, tanto que o lança-perfume, assim como confetes e serpentinas eram vendidos aos foliões pela própria diretoria na entrada dos clubes. Os amigos jogavam um no outro, mas não existia malícia. Ninguém usava como droga. O lança-perfume dava uma sensação gelada para quem recebia uma espirrada. Essa era a brincadeira e o objetivo, apesar de que muitos mais sacanas jogavam nos olhos. E disso lembro como se hoje.

Ah! Haviam, ainda, os confetes que eram jogados nos foliões que, suados, grudavam nos rostos e cabelos e pelo chão do salão que ficava multicolorido. E as serpentinas jogadas por sobre os fios que suportavam a decoração do salão e caiam como chuva colorida, dando um toque de uma alegre e festiva cachoeira. Carnaval, nos bons tempos dos bailes de salão, era pura brincadeira ... de crianças, jovens e adultos.

Muitos hão de lembrar que o lança-perfume era uma coisa normal. Se comprava na portaria do clube, não tinha nada de mais. Depois as pessoas começaram a usar como droga e aí foi proibido, como se comprova atualmente.

Todos os amigos e amigas dos anos 50, 60 e 70 há muito tempo não frequentam bailes de carnaval para se divertir com a família como antigamente. “Carnaval era uma época de brincadeiras saudáveis, não apenas para beber. Fazíamos blocos para pular, mas hoje até isso está se perdendo”, lamenta um amigo saudosista, da época dos bons e românticos tempos.


Lembro de ouvir amigos mais idosos contarem que, mesmo antes dos carnavais de salão, a população se divertia através dos “cordões”, espécies de blocos que desfilavam pela cidade. Atualmente até as escolas de samba perderam força”, é o que se constata claramente. O carnaval deixou de ser uma festa popular com o objetivo de entretenimento e até de paquera e namoros, para se tornar um evento profissional desviado do vetor de décadas passadas.


Hoje carnaval só é bom, é o que prega insistente e alienantemente a mídia impressa, radiofônica, televisiva e até a internética, quando milhares e milhares de pessoas se deixam levar pelos "trios elétricos", onde cantam - e sempre as mesmas canções que roda nas rádios e televisões o ano inteiro - cantores e cantoras de renome nacional e boa parte nem tanto. E tudo por muito, muito dinheiro público. Eventos que são chancelados pelos governos dos estados e dos municípios com o dinheiro do contribuinte.

IMPORTANTE: O vídeo acima é apenas uma amostra, pois não está plenamente concluído. Estamos aguardando o envio de fotos e histórias de muitas pessoas que sinalizaram ter um bom acervo.

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O Carnaval e sua trajetória Brasil/Canoas

O Carnaval chegou ao Brasil em meados do século XVII, o qual foi influenciado pelas estações carnavalescas que aconteciam na Europa. Em países como a França, o Carnaval acontecia em forma de desfiles urbanos, ou seja, os carnavalescos usavam máscaras e fantasias.

Embora de origem européia, muitos personagens foram incorporados ao Carnaval brasileiro como, por exemplo: Rei momo, pierrô, colombina, etc.

Os primeiros blocos carnavalescos, cordões e os famosos cortejos de automóveis (corsos) surgiram. Mas se tornaram mais populares no começo do século XX. As pessoas decoravam seus carros, se fantasiavam e, em grupos, desfilavam pelas ruas das cidades, dando origem assim aos carros alegóricos.

O Carnaval tornou-se cada vez mais popular no século XX, e teve um crescimento considerável neste período, que ocorreu devido às marchinhas carnavalescas (músicas que faziam o Carnaval mais animado). A primeira escola de samba foi criada no dia 12 de agosto de 1928, no Rio de Janeiro, e chamava-se “Deixa Falar”.

Anos depois, a escola mudou seu nome para Estácio de Sá. A partir deste momento o Carnaval de rua começou a ganhar um novo formato. Com isso, no Rio de Janeiro e São Paulo, começaram a surgir novas escolas de samba. Organizadas em Ligas de Escolas de Samba, iniciam os primeiros campeonatos para constatar qual escola de samba era a mais bela e animada.

A região nordeste permaneceu com as tradições originais do Carnaval de rua como, por exemplo, Recife. Já na Bahia, o Carnaval de rua conta com a participação dos trios elétricos, embalados por músicas dançantes, em especial pelo axé.

O primeiro registro histórico sobre o nosso Carnaval foi feito por João Palma da Silva, em seu “As Origens de Canoas”. Decorria o ano de 1925, uma comissão, formada por Artur Pereira de Vargas, Antônio Grant e Ciro Silveira, organiza o primeiro Carnaval de expressão de Canoas em cujo corso compareceram fabulosos carros alegóricos. Algumas famílias tradicionais de Canoas fizeram-se presentes.

Em 1957, o Carnaval de Rua de Canoas estava num dos melhores momentos. Os Marinheiros do Samba, do Esporte Clube 1º de Maio, venceu na categoria Blocos, recebendo Cr$ 2 mil da Prefeitura. O Clube da Flecha, formado por jovens do centro da cidade, ganhou na categoria Escola, também recebendo Cr$ 2 mil. Fugitivos do Além venceu na categoria Blocos Humorísticos, levando Cr$ 1 mil. A melhor balisa foi Gládis Loureiro, do clube da Flecha. Os Mirins mostraram a melhor fantasia. O desfile foi realizado na av. João Pessoa (atual Tiradentes, trecho do Calçadão). O palanque oficial foi armado defronte ao Cine Rex. Ali foi coroada a rainha do Carnaval/57, Erenita Parmeggiani, pela rainha de 56, Doroti Rocha.

Um ano antes, 1956, além do Clube da Flecha e dos Marinheiros do Samba, que venciam pela primeira vez, também participavam do Carnaval o E.C. Oriente, com o seu “Carnaval na Roça”, que ganhou taça da Prefeitura por ser o “melhor conjunto humorístico”.

A Sociedade Cultural Beneficente Castro Alves, com seu bloco “Os Tártaros”, iniciava sua série de vitórias em 76, vencendo nosso Carnaval de rua com 73,6 pontos. O Grêmio Niterói, com o bloco “Nós os c
Catedráticos”, ficou em 2º lugar totalizando 63,5 pontos. A Sociedade Recreativa Cultural ” Mocidade Independente do Vale dos Sinos”, ficou em 3º lugar com 61,8 pontos. Na 4º posição ficou a Associação Atlética Arco-Íris, com 42,5 pontos.

Iolanda M. Finkler - Historiadora

*** Contatos via e-mail: la-stampa@ig.com.br

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Atriz e Amiga LEILA LOPES: Uma lembrança que gravou do lado esquerdo do peito.

Já se passaram 3 anos e 70 dias da data (03/12/2009) que a pequena, alegre e serelepe Leila Lopes decidiu "partir" à sua maneira ao tomar uma decisão da maior coragem que uma pessoa pode tomar.

Pois, conheci a professora do curso primário ou primeiro grau, Leila Gomes Lopes, ou simplesmente Leila Lopes, em Gravatal, Santa Catarina, então namorada do Jamir (Mami) Zagonel, no Hotel Termas do Gravatal. E logo fizemos amizade. De lá, e a partir de 1983, a pequena, elétrica e irriquieta Leila Gomes Lopes, que nasceu em São Leopoldo, no dia 19 de novembro ("Dia da Bandeira"), porém morava em Esteio-RS, acabou revelando que gostava de ser modelo e manequim. E como eu havia sido contratado pela Márcia Kovalew, dona da Petruska Modas, para a coordenação de desfiles de moda e, assim, projetar o nome da boutique para o conhecimento de um público maior e com bom poder aquisitivo, resolvi convidar a Leila Lopes para fazer parte da equipe de manequins e modelos que eu coordenava.

Seu jeito descontraído, meio moloque e sua permanente alegria e descontração, apesar de baixinha, acabou integrando a equipe, porém era a ela que eram destinados os modelos de roupas mais esportivos, justamente pela sua pouca estatura e seu jeito de serelepe, é daqueles sentimentos românticos, gostosos, que faz a gente desejar ficar daquele jeito prá sempre. Na passarela era sempre um show.

Leila Lopes, nascida Leila Gomes Lopes, começou sua carreira artística praticamente em Canoas, fazendo parte da equipe de modelos e manequins coordenada pelo jornalista e cronista social Xico Júnior (nè Francisco Antonio Pagot), desfilando os lançamentos da Petruska Modas, cuja proprietária era Márcia Kovalew. Isso de 1983 a 1985. A totalidade das fotos exibidas no vídeo, produzidas pelo próprio Xico Júnior e fotografada pelo "fotógrafo number one" Nilson Romeu Konrad, foram publicadas no jornal Radar, cuja coluna social e os cadernos de moda eram editados pelo jornalista Xico Júnior.

A partir de 1986, Leila Lopes, após fazer um curso de atriz em Porto Alegre, seguiu para o Rio de Janeiro em busca do seu sonho de ser atriz. Assim participou de diversas novelas, como consta do seu currículum profissional que está no vídeo, tornando-se nacionalmente conhecida através da personagem "professorinha Lu", que interpretou na novela "Renascer", levada ao ar pela Rede Globo em 1993.Mas seu início se deu na novela "Pantanal", da então Rede Manchete, em 1990, e encerrou seus trabalhos como atriz de novelas na Rede Record, em 2000, quando interpretou a personagem Creusa na novela "Marcas da Paixão".

Além disso, Leila Lopes participou de peças de teatro, posou para revistas masculinas Playboy e Revista Sexy. E, por fim, até por uma questão de necessidade financeira, se aventurou na área de filmes pornôs a convite da Produtora "Brasileirrinhas", pois que todas as portas para novos trabalhos em televisão estavam praticamente fechadas.

Como, ao optar pelos filmes pornôs, se viu sem nenhuma perspectiva mais em termos de retorno à televisão, enfrentando dificuldades financeiras e praticamente isolada pelos amigos e amigas e, além de sempre ter dito que tinha medo de ficar "velha" e abandonada, sem outra alternativa digna, Leila Lopes, provavelmente passando pelo processo de depressão, teve a coragem e a determinação do escolher o dia da sua "partida", do seu desencarne. Foi o dia 3 de dezembro de 2009.

Restou a saudade da modelo, manequim, atriz e grande e querida amiga!

Fim do último ato. Fecha-se o pano!

*** Contatos via e-mail: la-stampa@ig.com.br ou xicojunior.pagot@gmail.com
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sábado, 9 de fevereiro de 2013

BOA CURTIÇÃO AOS "FOLIÕES AO CONTRÁRIO" ...

Nunca gostei de pular no meio da multidão. Tinha verdadeira aversão aos bebuns, geralmente mal educados, pulando com copos de cerveja nas mãos, se fazendo de engraçadinhos como se estivessem agradando, ou aos que transpiravam copiosamente como se tivessem mergulhado numa piscina ou num rio.  Achava aquilo um despautério, uma imundice repugnante e intolerável, além do empurra-empurra propositado, revelador de má educação e desrespeito.Nunca fui de pular carnaval no meio 

Me bastava ficar saltitando ou me embalando ao ritmo de marchinhas, frevos ou sambas junto à mesa que me era reservada num mezanino ou camarote que as diretorias dos clubes sociais privilegiavam os jornalistas e cronistas sociais - isso nos clubes que dispunham dessas privadas mordomias, como o Cssgapa e o Grêmio Niterói, em Canoas; o Clube Aliança, em Esteio e a Sogipa e o Petrópolis Tênis Clube, em Porto Alegre.

Obviamente que sempre muito bem e invejavelmente acompanhado, modéstia à parte, pois sempre fui muito seletivo e exigente na escolha das minhas companhias femininas "à cote". Sustentava essa escolha e exigência, primeiramente no meu - desculpem mais uma vez a imodéstia - bom gosto, sustentado na "lei da compensação e equilíbrio".

Era um bom bebedor do bom e qualificado "whisky" ou "scoth" escocês. Daí minhas preferências, sempre que possível, para satisfazer o paladar, por marcas como Jack Daniel´s, Ballantines, Johnny Walker (esse, à época, o segundo mais vendido no mundo), Black Horse, Red Horse, J&B, entre outros de refinado paladar. Na falta dessa qualificação, restavam os nacionais, como o Pasporte, o Natu Nobilis e o Drury´s (esses logo após o seu lançamento quando ainda apresentavam uma boa e aceitável qualidade). Foram cerca de 20 anos a base de bons "scoths", o que me levou a ter um bom conhecimento da qualidade e a experiência para distinguir entre um excelente ou bom "whisky" ou um de menor cotação. Aqui é preciso, também, destacar que só bebia "whisky" no melhor estilo "cow-boy" ou "faroestão". E muitos garçons de Canoas, como o amigo "alemão" Áureo, e até mesmo de Porto Alegre, já conheciam a minha preferência: tanto que ao virem me servir, já perguntavam: o senhor é estilo "cow-boy"!

Tanto as marchinhas, como os frevos (esses mais raros) e sambas tinham em suas letras mensagens positivas e não "cafajestes" como a que se ouve atualmente. E versavam sobre temas em que criticavam a política e o governo, ou as de dúbio sentido, porém tão discretas que eram quase que imperceptíveis, enquanto outras pautavam pela ironia com tom satírico e outras abordando a dor-de-cotovelo. E a quase totalidade dos foliões sabiam as letras de cor, assim as vozes ecoavam pelo salão entre os foliões fantasiados de marinheiros, palhaços, piratas, arlequins, pierôs, colombinas e jardineiras ou até mesmo as meninas exibindo suas belas e torneada coxas trajando sarongues e tendo come detalhes colares que lembravam as mulheres havaianas com roupas super coloridas. A tudo isso, muitos brilhos, lantejoulas e plumas. E para dar mais alegria ao festejo de Momo, haviam os confetes e serpentinas que voavam entre os foliões e depois "pintavam" o piso do salão de um multicolorido sem igual, o que traduzia alegria, confraternização, o bom convívio social num ritmo de entretenimento e festa completa.

Havia a expectativa da entrada do "Rei Momo" e sua corte, formada pela Rainha do Carnaval e suas duas princesas. O baile parava para que "suas majestades" adentrassem e dessem uma volta no salão cumprimentado com acenos de cabeça todos os foliões. Era quase que um momento mágico. Depois e despediam para continuar a ronda em outros salões dos clubes sociais, e aí a folia remotava o sua alegria e o seu ritmo com a banda reiniciando com o tradicional "tará tará tará tátá, tá tarará tátá" ...

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

DA FAMA À BAJULAÇÃO TARTUTA E O OSTRACISMO



Uma carreira profissional se constrói com vocação, determinação, auto-aprendizado (no caso em pauta), dedicação, confiança no seu talento e personalidade, fazendo sempre o melhor com a melhor competência que possa ter. Assim é em praticamente todas as profissões. Mas no jornalismo, em especial, é um pouco diferente, pois tem-se como matéria-prima, em geral, as pessoas e no crônica social lida-se, fundamentalmente. com a vaidade das pessoas que se projetam socialmente, por bom trabalho realizado ou o dos nem tanto. E esse espaço, tanto nos jornais, revistas como nas TVs, é essencial à satisfação dos vaidosos, ainda que tal os leva à fama ou os tornem celebridades por alguns minutos ou com uma simples foto em uma única coluna social. O que já é bastante para poucos ou muitos: a vaidade.

Porém, nesse espaço, digamos, nobre dos jornais, revistas ou TVs, estão infiltrados pessoas com perfis os mais diferentes, desde pessoas de senso verdadeiramente benemerentes até estelionatários, corruptos e praticantes dos mais variados tipos de ilícitos. E como a high society é formada por gente que pouco ou nada de importância dão à forma como as pessoas enriqueceram e chegaram a escalar os degraus para se interpor entre os ditos da high society, a segregação, levando-se em conta as dezenas ou centenas de pessoas que fazem benemerência de fato e são solidárias na prática por espontaneidade, é ainda mais injusta. E aqueles ocupam um espaço que, se observado de forma fria e analisado com imparcialidade, veremos que é um espaço discriminatório, segregador, incoerente na realidade e no mérito.

E Xico Júnior, pseudônimo que carrega desde o dia 20 de agosto de 1966, percebeu isso ao longo de sua carreira profissional de mais de 44 anos. No seio dessa pseuda e segregadora classe do socialités ele constatou haverem pessoas que se utilizam desde a hipocrisia ao mau caratismo e do oportunismo barato. Essas últimas designações mais afeitas aos que podemos classificar de "alpinistas sociais", formados pelo que se infiltram como gente generosa e solidária, porém por detrás escondem com tal desfaçatez os seus verdadeiros propósitos, que é o de alcançar um posto de destaque e, assim, estarem mais protegidos quando do estouro de algum escândalo. E Xico Júnior assistiu grandes escândalos ao ponto de porem à falência nada menos do que dois clubes sociais: o Grêmio Esportivo Niterói, cujas dependências foram arrematadas em leilão promovido pela Justiça do Trabalho para as indenizações de funcionários. Um dos estratagemas pré-preprados com o intuito de os dirigentes ganhares dinheiro. O segundo e escandaloso caso, cujo, pela importância, não teve a esperada ressonância, pois houve um abafa-abafa, foi o Canoas Country Clube, cujo protagonista, além de se auto-locupletar após quatro anos como presidente, deixou o "clube verde e prata" endividado, à época, em cerca de US$ 100 mil, sem jamais fazer qualquer prestação de contas. Na Justiça, o presidente subsequente, mesmo sabedor de que o presidente que provocou o "rombo" de US$ 100 mil, já havia sido condenado por estelionato (Art. 171 do CPB), ao dar um golpe de mais de US$ 1.000.000,00 e, assim, construído uma mansão no Jardim do Lago, cuja, hoje, está embargada pela Justiça.
Assim, através desses estratagemas e com a cumplicidade de gente das tradicionais famílias, de empresários da indústria e do comércio, que formam a segregadora classe dos frequentadores e formadores da high society, se forjam uma boa parcela dos e das socialités.
Portanto, é um grande engano as pessoas pensarem que a high society é um verdadeiro mundo cor-de-rosa.

CRONISTA SOCIAL: O BOBO DA CORTE

Por mais que a grande maioria pense o contrário, que a vida na "high society" é tudo um mar de rosas ...